domingo, 21 de outubro de 2012

Experiências de Leitura e Escrita

Depoimentos do pessoal do grupo

 
 
DEPOIMENTOS DE EXPERIÊNCIAS DE LEITURA E ESCRITA

 

Abaixo algumas experiências e relatos do pessoal do grupo sobre os primeiros contatos com a leitura e a escrita:

 

 

LUCIANA CANIZARES FERRO   diz:

Sou formada em Historia pela Universidade de Sorocaba "UNISO" no ano de 2004.

Gosto de citar meu professor de Historia do Brasil, o André Motta.

A maneira de trabalhar dele me inspirou em ensinar pela linha do tempo fazendo sempre uma ligação entre passado-presente-futuro, sempre entrelaçando o acontecimento passado com a nossa realidade de hoje,fazendo com que os alunos pesquisem,debata e conclua o que muitas revoluções, guerras e tantos outros fatos da nossa Historia teve e tem de importante e relevante na  minha , na sua e na nossa vida hoje.

Sinto o interesse dos alunos quando coloco um fato histórico na linha do tempo, começamos e pensar o conjunto de ações ocorridas e as reações provocadas  também,  afinal toda ação resulta numa reação.
 
 
 


                                MARIA LUIZA PELEGRINI  destaca:

 

 
                   Ao ler as experiências de leitura e escrita, fui me lembrando de uma pessoa fundamental em minha vida. Quando decidi que queria ser professora, porém não tinha dinheiro e nem emprego que conseguisse pagar a faculdade, fiz magistério e por sorte me encantei com uma professora de Língua Portuguesa, chamada Elliete Gallo, me lembro até hoje ela tinha uma forma de ensinar gramática contagiante, um sorriso lindo e cativante, explicava a morfologia e a sintaxe de um jeito tão simples e natural que eu pensava gente quando eu for professora quero ser igual a ela, ela foi meu espelho, ensinava as regras gramaticais brincando e sempre associando a alguma brincadeira lúdica. Por isso trago até hoje comigo essas lembranças das regras gramaticais e a lembrança de como um ser humano com competência e sabedoria pode realmente te orientar , estimular fazer que você não desista de seus sonhos.

 

 
CLEUZA MARIA MARTINS , escreve:

 

 De repente senti no peito a ânsia de escrever, escrever e escrever. Daí veio: “Pedra”

 
"Pedra embola e rola

Ribanceira vai

Alcança o céu

Tropeça nos descaminhos

Pedra se desfaz

Amarga sua retidão

Rolar pode, pedra

Forte, rompe

Explode e alcança."

 

Meio sem nexo, meio sem sentido, mas a necessidade de preencher os espaços da folha branca veio imensamente tomando conta de tal forma que comecei a lembrar da minha casa, da minha infância, dos meus pais. Pais que saíram da zona rural, semianalfabetos e que tinham uma meta muito clara para nós seus filhos (somos em quatro) : "mudamos para a cidade para que meus filhos pudessem estudar". Essa era a fala corrente dos meus velhos. E a experiência com eles em relação à leitura foi muito marcante. Quando foram ser comerciantes ( tinham um bazar) também compraram uma banquinha de revista.Ah! era a glória, estava em contato direto com as revistas do momento, lembram-se do " O Cruzeiro", pois é, li muito essa revista, bem como "Manequim", gibis, jornais O Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo, o quais meus pais não deixavam de ler um só dia. Esse contato diário com as revistas e jornais propiciaram um gosto fantástico por essas leituras, as quais preservo até hoje, lendo os jornais que são os mesmos e também revistas como Veja, Você S/A, Superinteressante, Nova Escola, etc... O contato com a leitura e escrita, portanto se fizeram presente a minha vida inteira, o que me possibilitou fazer a minha história como uma pessoa que está o tempo todo ávida por novos conhecimentos e novas ideias. A leitura nos remete a explorar o tempo todo. Inclusive pode também nos possibilitar, de repente, escrever algo que talvez alguém possa ler e gostar. Li também literaturas, o que mais me chamou a atenção foi "Vidas Secas " de Graciliano Ramos pelas características do povo, da luta. Mas nunca consegui me enveredar pelos ares da literatura, que são interessantes , mas me empolgo mais lendo assuntos pertinentes à educação de um povo. Acredito que educação é vida, é movimento, e despertar para o letramento é fundamental.

 
 
 
 VALCIR INACIO LUCCAS faz seu depoimento:


 Precisava de um sinal, de um caminho. Lá está Memórias Póstumas..., então  para começar resolvi contar uma experiência sobre esta obra. Antes um pouco de mim: Sou professora de Psicologia, e, como na rede a disciplina ficou fora da grade hoje sou coordenadora de EM. Bom, sobre a leitura. Gosto de estudar. E gosto de estudar lendo. E gosto de ler para estudar. Fiz alguns cursos sobre leitura e em um deles fiz um trabalho sobre Memórias Póstumas...Era um grupo grande e tivemos que escolher entre algumas obras e organizar grupos. Na hora de minha escolha havia sobrado apenas Memórias Póstumas e apenas uma outra professora. Enfim, duas apenas e uma obra que não me animava. Lembrava apenas do emplasto. Bom, li o livro saboreando palavra por palavra e depois realizei a proposta de trabalho. O trabalho deveria ser desenvolvido com o seguinte objetivo: " Como estimular o aluno a ler tal obra". O caminho seguido foi:  Bom , continuo depois......

 
            Adoro ler, mas escrever ainda é penoso. Passei a tarde lendo. O livro ´" A LOUCA DA CASA", de Rosa Montero. Este livro faz parte dos livros enviados para os professores. Nas escolas vocês devem encontrá-lo. Ele é muito bom. Fala da literatura, do processo de criação... Aprendi e as emoções surgidas foram muitas.
           Comecei a pensar nas experiências de leitura: Eu morei na "roça" e tinha pouco acesso a livros, revistas e jornais. Encontrei uma maneira de encontrar material para ler. No lugarejo onde morava havia um mercadinho que embrulhava as mercadorias em jornais. Então pedia para meu pai fazer as compras lá. Em casa eu desembrulhava tudo com cuidado, esticava os jornais amassados e começava a ler. Era muita coisa sem sentido. Gostava de ler as palavras mais difíceis. E comecei aí ver a dimensão dos mundos. Existem muitos mundos. A realidade é assustadora, é complexa, misteriosa. A literatura quer ordenar essa realidade.

 

 

 

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